A minha cura da fibromialgia

Cura da fibromialgia? Ah, chegou a hora do post com menos ciência e mais vivência!

Desde o começo do mês estou aqui escrevendo sobre fibromialgia para vocês. Já falei do que é, passei pelos aspectos legais, causas emocionais, falei dos grupos de apoio, das dores, dos tratamentos, atividade física e em breve você lerá sobre alimentação. 

Em busca da cura da fibromialgia

Eu pesquisei bastante sobre esse assunto, tanto no passado, quando recebi o diagnóstico, quanto agora, para escrever para vocês. Tenho um compromisso pessoal com a verdade, e não quero trazer informações falsas para vocês.

Quando eu estava doente me falaram que eu teria que aprender a conviver com a fibromialgia, e eu não me conformei com isso. Por que eu tenho que conviver com algo que me faz mal? (Veja, essa pergunta vale pra tudo na nossa vida…)

Então, depois de me debruçar sobre o que fazer para aliviar os sintomas, resolvi mudar o foco, e tentar entender a causa desses sintomas.

Eu acredito que toda dor física que sentimos é um aviso que chega para nos mostrar que algo está errado conosco. E que antes de se manifestar no corpo, essa dor já existe nas nossas emoções.

Só que a gente costuma ser cabeça dura e teima em não ouvir nosso coração, prefere ouvir só a cabeça. Aí nosso corpo precisa gritar mais alto para se fazer entender, e esse grito vem em forma de dor.

Então, se eu eliminasse a causa da dor, eliminaria a minha fibromialgia! Veja, do que adianta fazer massagem nos pés à noite, mas andar o dia todo, todos os dias, naquele sapato apertado? Elimine a causa, elimine o problema, simples assim!

Bom, a lógica é bem simples, e verdadeira (apesar de não ser cientificamente comprovada, mas esse é um papo para outra hora). O que não é tão simples é detectar onde está a origem do problema, não é mesmo?

O elo perdido

Foi nesse ponto que as coisas começaram a mudar para mim. Me deparei com um trabalho de conclusão de curso de pós graduação em Psicanálise, chamado FIBROMIALGIA: Um Novo Sentido para a Dor Existir.  

Quando li esse trabalho, de repente tudo fez sentido para mim. Não vou me arriscar a resumir o que a autora explica, pois o texto é muito rico em referências e resumi-lo seria omitir partes importantes, então, se você tem fibromialgia, sugiro que dedique um tempo para ler e tirar as suas próprias conclusões. 

A autora fala das origens da dor de acordo com a psicanálise, e explica porque as mulheres são as grandes vítimas dessa condição.

Enquanto eu lia, fui lembrando de momentos da minha vida onde aquelas situações aconteciam e as peças do quebra cabeças foram se encaixando, e a cura da fibromialgia começava a ficar mais perto.

Aquele texto foi tão mágico para mim que cheguei a mandar um e-mail para autora perguntando se ela partiu da teoria para a prática, ou vice-versa. Ela me respondeu com um insight maravilhoso, que compartilho aqui com vocês, pois esse parágrafo, literalmente, mudou a minha vida!

“Sentimos dores quando não conseguimos verbalizar nossos sentimentos…” – olha a causa aí!

“A aceitação e o perdão de mágoas acumuladas podem ajudar muito para o bem estar atual.” – e a cura da fibromialgia!

A importância do autoconhecimento

Então, com isso em mente comecei um trabalho de investigação interna, procurando pelos sentimentos não verbalizados. Sempre que era possível, passei a verbalizar, e quando já não havia mais essa possibilidade, passei a aceitar e a perdoar. Terapia, terapia e terapia!

A primeira pessoa que aceitei e perdoei fui eu mesma. E esse foi o passo mais importante. A maioria das pessoas deixa de ser quem realmente é para ser quem os outros gostariam que nós fossemos, e ceder a isso vai soterrando nossa verdadeira essência.

Eu decidi ser eu mesma, independente do que os outros pensam de mim. Perdoei-me por me esconder por tanto tempo numa pele de outra pessoa e me aceitei como verdadeiramente sou. 

Eu sou esquisitinha, ligada nas coisas ditas não convencionais, como terapias holísticas e o poder da energia e do pensamento. Pra mim comprar roupas novas só é importante quando as antigas estão desmanteladas e eu dou muito mais valor às experiências do que às posses. Prefiro ser elogiada por ser inteligente do que por atributos físicos. Odeio tomar remédios ou usar produtos que não sejam naturais. Aliás, tenho uma conexão muito forte com a natureza, adoro mexer na terra.

Só que eu vivia uma vida extremamente materialista, casada com um médico que toma antibiótico por qualquer motivo e queria que eu estivesse sempre arrumada e maquiada. Percebi que aquele mundo não era o meu e que estar ali, vivendo aquela vida, estava me sufocando! Olha quanta coisa que eu não estava verbalizando! 

Claro que tem muito mais caroço nesse angu, mas a minha cura começou nessa auto descoberta, e culminou no meu pedido de divórcio. Eu me percebi livre para ser quem eu realmente sou. E as minhas dores foram diminuindo, diminuindo até acabarem.

Minha receita para a cura da fibromialgia

Hoje pratico yoga, tai chi chuan e pilates. Cuido do jardim da minha casa, ajudo na horta comunitária do meu bairro, como muita salada, brinco com meus dois gatos e um cachorro, uso as roupas até elas rasgarem e cuido da minha pele e do meu cabelo somente com produtos naturais. Minha pasta de dentes não tem flúor, pratico uma espiritualidade independente e só tomo remédios em último caso.

Então, a minha receita de cura da fibromialgia é: seja quem você realmente é, fale o que precisa ser dito, aceite-se integralmente e perdoe, primeiro você mesma, e depois os outros. Faça isso e daqui a uns meses volte aqui para me contar como estão as suas dores. Vou adorar saber como está se sentindo!