Você conhece o I Ching?

I Ching – O Livro das Mutações, é um antigo texto chinês que remonta a milhares de anos. É considerado um dos mais antigos livros de sabedoria e oráculos do mundo.

Para que serve o I Ching

O I Ching é utilizado como um guia para a vida, oferecendo insights e conselhos sobre diversas situações e desafios. Ele pode ser consultado para obter orientação em momentos de dúvida, indecisão ou transição.

Como funciona o I Ching

O I Ching utiliza um sistema de hexagramas, que são combinações de seis linhas, que podem ser inteiras (yang) ou partidas (yin). Cada hexagrama representa um estado ou situação específica, e sua interpretação é feita através da análise do texto do livro.

os 64 hexagramas do I Ching

A consulta ao I Ching geralmente envolve o lançamento de três moedas (versão mais prática) ou varetas (para os mais tradicionais) para determinar um hexagrama específico.

No caso das moedas, jogamos seis vezes, e o resultado de cada jogada (quantas caras e quantas coroas) corresponde a uma linha. Em seguida, busca-se o hexagrama correspondente no livro e o texto associado, que contém ensinamentos e conselhos para a situação em questão.

Parece complicado, mas te garanto que é bem fácil!

O I Ching como ferramenta de autoconhecimento

Além de ser um oráculo, o I Ching também é valorizado como uma ferramenta de autoconhecimento e reflexão. Sua sabedoria atemporal pode ajudar a compreender melhor os desafios da vida e a tomar decisões mais conscientes.

Onde encontrar o I Ching

O I Ching pode ser encontrado em diversas traduções e versões. Eu gosto muito do livro do Richard Wilhelm, já que ele é bem completo. Eu tenho também uma versão de bolso, mas as respostas dela são muito superficiais.

Além do livro físico, existem sites e aplicativos que oferecem consultas online e interpretações dos hexagramas, como este aqui.

O I Ching é uma ferramenta de sabedoria e não um manual de respostas prontas. Sua interpretação exige reflexão e intuição, e seus conselhos devem ser aplicados com discernimento e responsabilidade.

Exemplo prático

Estávamos falando, no artigo passado, sobre escolhas e renúncias, lembra? Se você não leu, dê uma pausa aqui e volte lá para entender o contexto do que falaremos daqui pra frente.

Eu estava enfrentando dificuldades para escolher quais os próximos assuntos que abordaria aqui no blog. São tantas as coisas que quero compartilhar que fica difícil decidir. Mas vou abrir o jogo com você: o que torna isso difícil é escolher um assunto que está em alta no Google, que fará meu artigo aparecer para milhares de pessoas e, quem sabe, algumas delas irão clicar e ler o que eu escrevi.

Esse é o princípio básico da comunicação, principalmente online: eu escrevo na expectativa que alguém leia! Então, se o artigo não aparecer no Google, como as pessoas me acharão nessa imensidão de informações?

Resolvi então consultar o I Ching. E elaborei a seguinte pergunta: Eu devo escrever sobre o que faz meu coração vibrar, sem me preocupar com o ranking do Google, ou devo focar em textos que terão mais chances de aparecer no buscador? (uma escolha, uma renúncia, lembra?)

E a resposta foi o hexagrama 45, A Reunião.

Hexagrama 45 do I Ching

Para mim, o curso correto é o curso do meu coração, é a vontade que vem de dentro de mim.

Oferecer grandes sacrifícios pode significar escrever muito e muito antes dos leitores começarem a aparecer.

E o objetivo que eu tenho em vista é repassar o meu conhecimento para, com sorte, tornar a vida de outras pessoas mais leve. Quem sabe você não é uma dessas pessoas?

Vou transcrever aqui uma passagem do livro que explica esse hexagrama:

“Para poder reunir os outros, esse líder deve primeiro concentrar-se, integrando-se em si mesmo. Só reunindo forças morais se pode unificar o mundo. Esses grandes períodos de unificação deixarão um legado de importantes realizações. Esse é o sentido de oferecer grandes sacrifícios. No âmbito social a época de REUNIÃO exige grandes empreendimentos.”

No I Ching pode acontecer uma coisa que chamamos de linhas móveis, que é quando jogamos as três moedas e o resultado é três caras ou três coroas. Essa (ou essas) linha móvel trás uma informação a mais para a questão.

Eu fui “premiada” com três linhas móveis, e elas me disseram o seguinte:

“Deixar-se levar traz boa fortuna

E mantém livre de culpa.

Quando se é sincero

É favorável oferecer mesmo uma pequena oferenda.

Em épocas de REUNIÃO não se devem escolher caminhos de forma arbitrária. Há forças secretas atuando de modo a reunir aqueles que se correspondem. É preciso deixar-se conduzir por esta atracão; não há erro nenhum nisso. Quando existem afinidades profundas, não são necessários grandes preparativos ou formalidades. Há, então, entre as pessoas, uma compreensão mútua natural, assim como a Divindade aceita de bom grado uma pequena oferenda se vida do coração.”

Não sei o que você pensa sobre isso, mas achei esse trecho tão lindo! E você chegou até aqui, saiba que foi atraído por uma força maravilhosa que nos uniu por causa das nossas afinidades, e não por causa dos algoritmos.

“Grande boa fortuna!

Nenhuma culpa.

Aqui descreve-se um homem que reúne outros em torno de si, em nome de seu governante. Como ele não busca vantagens para si, mas trabalha desinteressadamente em favor da união de todos, seu trabalho é coroado de êxito e tudo se resolve de maneira adequada.”

Assim seja! Assim é! Não preciso dizer mais nada.

“Lamentos e suspiros, torrentes de lágrimas.

Nenhuma culpa.

Pode ocorrer que um homem procure reunir-se a outros, e suas boas intenções sejam mal interpretadas. Ele então se entristece e lamenta. Mas este é o caminho certo. Pois com isso é possível que o erro de julgamento seja percebido e a reunião tão desejada e tão dolorosamente perdida ao final se realize.”

Tá certo, fica aqui o alerta. Vou voltar a esse trecho sempre que sentir que meu trabalho não está dando frutos. Pelo menos não posso dizer que não fui avisada!

Voltando para a minha pergunta inicial: Eu devo escrever sobre o que faz meu coração vibrar, sem me preocupar com o ranking do Google, ou devo focar em textos que terão mais chances de aparecer no buscador? Interpretei a minha resposta como um grande “vai na fé, segue o seu coração, não vai ser fácil, vai ter choradeira no caminho, mas a causa vale a pena.” E você, a que conclusão chegou? Comenta aí embaixo que eu vou adorar saber o seu ponto de vista!

E até o próximo texto, com mais coração e menos indexação.

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